Blog do Raul

Lula

Brasil adoece com Lula !

Estou preocupado com os últimos 11 meses do atual governo federal. Na semana passada o presidente da República, Lula da Silva, decidiu liberar obras da Petrobrás consideradas irregulares pelo TCU (Tribunal de Contas da União), com a justificativa de que atendeu a apelos de empresários, governadores e parlamentares do governo e da oposição, sem dar nomes aos bois. Um novo escândalo, porque essa atitude é um desrespeito às normas legais e às condutas moral e ética dos agentes públicos, que sempre devem agir de maneira correta e exemplar. Houve repercussão negativa de todas as mídias, mas infelizmente Lula teve uma crise de hipertensão, que, para a sorte do seu desgoverno, serviu para abafar o seu erro da semana.

A primeira atitude de um governante sério e responsável, quando uma ação dessa natureza aparece no cenário, é a suspensão dos contratos existentes e o consequente bloqueio dos recursos previstos. O Congresso Nacional desta feita agiu assim e emendou o Orçamento de 2010, definindo que os empreendimentos irregulares não poderiam ser considerados, abrindo o crédito para outras iniciativas da União. E ao que parece Lula achou irrelevantes as provas técnicas e legítimas do TCU, como superfaturamento e sobrepreço, com o seu velho hábito de passar as suas mãos sobre as cabeças dos seus que saem da linha.

Não pensem os leitores que me agrada passar a impressão de que estou urubuzando o governo Lula, ou que aposto no quanto pior melhor, a exemplo do que uma grande parte do PT sempre fez em toda a sua história. Mas acho inaceitável que o governo, a pretexto de melhorar os seus resultados na execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), resolva ignorar os pareceres, recomendações e decisão do Congresso Nacional e de toda a estrutura de fiscalização do Poder Executivo, mantendo no Orçamento de 2010, quatro obras da Petrobrás com indícios de fraudes, as refinarias Abreu e Lima (Pernambuco) e Presidente Getúlio Vargas (Paraná), o terminal de Barra do Riacho (Espírito Santo) e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

O atual governo federal vem confrontando nos últimos tempos com o TCU, os órgãos ambientais, a imprensa e os partidos de oposição (PSDB, DEM e PPS). O próprio presidente Lula não esconde mais a sua vontade de limitar e enfraquecer os papéis dessas instituições que são vitais num regime democrático, porque a coisa pública precisa estar numa vitrine transparente e a sociedade dever ter o poder de acompanhar todos os passos dos seus investimentos, ações e resultados. Autoritarismo puro, principalmente quando vimos sem maior reação do Congresso Nacional o velório e a cremação da CPI da Petrobrás.

Resta assim o péssimo exemplo, do governo Lula, de fazer vista grossa às condutas erradas, para passar a idéia falsa de que é tocador de obras e de que enfrentam dificuldades para reduzir o déficit de infra-estrutura no Brasil por culpa da oposição. Sim, porque para justificar a continuidade dos repasses de dinheiro a obras federais com problemas “miúdos” de superfaturamento e erro na prestação de serviços e de contas, Lula releva a improbidade administrativa e a impunidade como mera perseguição política. Lamento que esse assunto tenha saído das primeiras páginas dos jornais, como também lamento que o presidente Lula, com o direito assegurado de ficar doente, também não cuida da própria saúde e aumenta o risco de males maiores para ele e para a Nação.

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Sem “chaves” para a mídia !

O governo paralelo e revolucionário do PT faz uma nova tentativa de cercar o regime democrático no Brasil, investindo no que ele define como controle social da mídia, mas que configura em censura aos meios de comunicação. Ainda sem esclarecer a questão do novo decreto para o Programa Nacional de Direitos Humanos, que contém claras ameaças à liberdade de imprensa, e da polêmica de controle de mídia proposta pela Conferência Nacional de Comunicação, outra assembléia lulopetista, a 2.ª Conferência Nacional de Cultura reforça a carga pela intervenção do Estado para garantir pautas e conteúdos específicos.

Lula foi eleito conforme as regras do regime democrático, limpas e com ampla liberdade de expressão. Não teve de se submeter a critérios que não fossem os limites da legislação eleitoral, aprovados pelo Congresso Nacional e aplicados pelos tribunais eleitorais, iguais para todos os seus concorrentes. Mas ao longo de seu governo, sustentado em uma aliança política plural e republicana, que vem lhe garantindo a governabilidade no parlamento, toda vez que uma mazela é noticiada, ao invés de apurar e punir os responsáveis, adotando medidas para extirpá-la dos procedimentos, transforma a imprensa em bode expiatório.

Na realidade o atual governo federal, liderado pelo PT, radicaliza no cumprimento das diretrizes do Plano Real criado e executado antes por Itamar Franco e FHC, continua a rede de proteção social de FHC com o unificado programa Bolsa Família, mas no campo político fracassa em relação à democracia, porque imita ações da nova geração de ditadores bolivarianos da América Latina, tentando de todas as formas impor a censura à comunicação e desmantelar os órgãos de controle e fiscalização da gestão pública (Tribunal de Contas da União e Agências Reguladoras).

Acompanhando os últimos acontecimentos promovidos pelo lulopetismo, vale muito recordar o reconhecimento à época da passagem de comando do país, de FHC para Lula, em janeiro de 2003, que um dos méritos políticos históricos de FHC foi o de consolidar a democracia após 20 anos de governos mesclados entre a ditadura militar e o autoritarismo. Porém, logo nos primeiros anos do novo governo vimos algumas tentativas de cercear os trabalhos do Ministério Público, com uma Lei da Mordaça, e da imprensa, com a criação de um Conselho Federal de Jornalismo para redirecionar o trabalho dos jornalistas a uma afinidade com o controle social.

Com o pretexto de assegurar esse dito controle social, vestindo o manequim da transparência nos níveis de informação e da melhora dos níveis de participação da sociedade nas decisões do governo, um tsunami de conferências populares invade todas as áreas da vida brasileira. No entanto é possível verificar que essas conferências são dirigidas ideologicamente por grupos do PT numa espécie de governo paralelo patrocinado pelo Estado.

Está chegando a hora de afastar esse “cale-se”. Lamentavelmente algumas centrais sindicais, a União Nacional dos Estudantes – UNE, dentre tantas outras organizações da sociedade, patrocinadas deixaram a sua combatividade de lado para sustentar os desvairios do atual governo federal. São essas entidades e o PT que aplaudem a democracia das conferências setoriais, apenas eles.

Curiosos ou não, os resultados dessas assembléias populares sempre tendem a um modelo de “democracia” de fachada que transita para o totalitarismo, com fechaduras em praticamente tudo. O Brasil não quer liberdade a sete chaves !

(Ilustração de Paulo Arrivabene).

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Atenção aos Direitos Humanos do PT !

Uma das justificativas de bate-pronto do governo Lula sobre o conteúdo do novo decreto para o Programa Nacional dos Direitos Humanos – PNDH-3 é que no governo FHC houve edições sobre o mesmo tema e a repercussão foi diferente da atual. Pois é, mas naquela ocasião não havia a revogação da Lei da Anistia, ameaças à liberdade de imprensa, limitação do papel da Justiça nos conflitos entre proprietários e invasores de terras, e na aceitação do aborto, por exemplo, como impõem os lulopetistas. Lamentavelmente esse debate foi interrompido pela tragédia do Haiti, que choca todo o Mundo, tornando uma sub-retranca das matérias da mídia sobre o outro lado de Lula e do PT.

É sabido que a sociedade brasileira mantém-se indiferente em relação às assembléias populares organizadas pelo atual governo federal. A título de funcionarem como instrumentos democráticos para a participação popular na discussão de temas importantes para a cultura e o comportamento da sociedade, na verdade essas conferências estão servindo para legitimar e homologar ideias e posições políticas das mais variadas correntes internas e reacionárias do PT.

Quem não se lembra da repulsa dessa mesma militância à concessão do PT para a elaboração da eleitoreira “Carta ao Povo Brasileiro”, que em 2002 serviu para explicitar a mudança de postura do então candidato Lula da Silva a presidência da República? Houve na época um recuo estratégico para dizer que “a esperança de mudança venceria o medo” provocado pelo autoritarismo stalinista do PT, fazendo nascer a figura de puro marketing, denominada “Lulinha Paz e Amor”.

O PNDH-3 foi transformado pelo secretário Paulo Vannuchi (Direitos Humanos do governo Lula) numa plataforma eleitoral, ou Constituição paralela, para resgatar os velhos conceitos da militância do PT. Assim ele “decidiu” valorizar uma pseudo-participação popular na regulamentação de todos os dispositivos polêmicos ou não, que tira substância da democracia representativa e fortalece a democracia direta que, na prática, não sai do papel. Com isso, o controle social, apregoado pelo lulopetismo, nada mais é do que uma cópia inspirada na nova legião de ditadores que começa a ganhar posições pela via democrática na América Latina, sempre com ânimo de dividir para governar seguindo a doutrina maquiavélica.

Contudo, urge que a sociedade preste bastante atenção nesse novo/velho discurso do PT e na postura da ministra-candidata Dilma Rousseff. A questão dos direitos humanos no Brasil, em função das injustiças que muitas vezes são amparadas pelo seu caráter civilizado e cidadão – fundamental em todo o Mundo, é tratada com uma ironia ignorante. O Congresso Nacional deve decidir sobre o texto final do PNDH, porém temos consciência de que sem uma autêntica mobilização social, o atual governo federal pode passar o rolo-compressor da sua maioria parlamentar e tornar o próximo governo refém de uma visão autoritária e de exceção.

Ainda bem que José Serra é um democrata e não permitirá esse descaminho no futuro!

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Deixa o “Cara” descansar ?

Os feriados da semana do Natal e da travessia para o Ano-Novo são muito bons para descansar e para recarregar as baterias, menos para uma parcela de homens públicos responsáveis diretamente pelo bem-estar das pessoas. Nos últimos anos, essa época é marcada por verdadeiras tragédias em função das chuvas cada vez mais fortes pelo desequilíbrio do clima e pelo fenômeno El Niño. Por isso é quase inimaginável que nesse plantão nacional, além das comissões municipais, estaduais e federal da Defesa Civil, os chefes maiores, prefeitos, governadores e o presidente da República, com seus respectivos secretários e ministros de infra-estrutura comandem suas competências de longe. Ou isso é uma bobagem ?

As últimas cenas de Angra dos Reis e de São Luiz do Paraitinga são chocantes, assim como foram as de Blumenau no final de 2008, além de Cunha e da própria Capital de São Paulo recentemente. Há quem prepare moções de repúdio à natureza, em função das mortes e danos provocados de maneira crescente, passando longe também de qualquer análise mais profunda do estado de desorganização urbana que o país vive, com raras exceções.

Engatinhamos ainda na solução do déficit habitacional, que indica a necessidade da construção de pelo menos 8 milhões de moradias. E são cogitadas regras mais severas para coibir a ocupação de áreas de risco e de preservação ambiental por pessoas que sonham constituir lares ou ambicionam desenvolver atividades produtivas e geradoras de renda. Tais respostas devem ser apresentadas na forma de projetos executivos de soluções, indicação de recursos orçamentários e prazos para esse fim.

O momento exige solidariedade plena dos governantes de qualquer esfera pública. As soluções não sairão da noite para o dia, mas elas precisam ser sinalizadas, com maior privilégio para o planejamento das ações e menor espaço para leniência ou complascência públicas, que derivam para lágrimas de crocodilo, demagógicas. As máquinas estatais têm o papel de acudir as suas vítimas, não importando agora a escolha errada no passado, porque a sociedade espera mudança com competência de gestão.

Então compartilho uma observação de Teodoro Gottfried Meissner, editor de Conteúdo do Fórum de Líderes Empresariais: “Lula está em férias. O Congresso Nacional está em férias. Dos 37 ministros de Lula, 23 estão em férias. Brasília está às moscas. Não é necessariamente uma má notícia”, para complementar com a informação de que o presidente da República, em férias na Base Naval de Aratu, em Salvador (BA) (visto pelas lentes de Márcio Fernandes, da Agência Estado, carregando uma caixa de isopor que ilustra este post), pediu ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que acompanhasse de perto a situação em Angra dos Reis e na Baixada Fluminense.

Geddel continua na Bahia, em sua casa de praia, no litoral norte de Salvador, descansando.

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Mais programas de aceleração da campanha ?

O balanço do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento (sic) indica que das cerca de 12.500 obras anunciadas pelo atual governo federal, 1.530 foram concluídas. Pouco mais de 10%. Isso é uma demonstração de que falta gerência ao lulopetismo e essa é justamente a qualidade que os seus marqueteiros querem emplacar na candidata do PT, Dilma Rousseff. Mas como isso pode dar certo num país que têm urgências ante as perspectivas da exploração das descobertas de petróleo e gás no Pré-Sal, e dos bons sinais da economia brasileira para 2010 ?

Relembro que o governo Lula festejou nos últimos dias o registro de superávit primário recorde, ignorando o baixo desempenho do propagandeado PAC. Esse esforço forçado de economia de recursos para pagar os juros da dívida pública só tem sido possível graças às sobras de dinheiro em caixa, da ineficiência na execução dos investimentos em obras anunciados Brasil afora nos palanques da candidata do PT a presidência da República.

Como se pode ver, os resultados estão muito aquém das expectativas do país em melhorar a sua infra-estrutura para conviver com as próximas etapas desenvolvimentistas. O governador José Serra comentou recentemente a sua preocupação com o baixo valor atribuído à importância do planejamento, quando muitas cidades experimentaram e agonizam devido ao crescimento urbano desordenado. Ele se referia especificamente às perspectivas sonhadas pelas cidades que receberão dividendos das ditas descobertas no Pré-Sal, que carecem de se preparar para o que virá em decorrência disso.

Nesse cenário caberia ao PAC, que na verdade é uma apropriação do Programa Avança Brasil do governo FHC, oferecer suporte às necessidades de obras de infra-estrutura nos Estados e municípios, além da melhoria das condições dos portos, aeroportos, ferrovias e estradas federais. Mas o desempenho figura como mais um engodo nacional, quando é preciso ter ações concretas além da propaganda estatal.

O interessante dessa história é a sensibilidade política de Lula. Percebendo que o PAC não tem consequência após o lançamento de pedras fundamentais e que o discurso do governo social-eleitoral não cola sozinho, chega a notícia que o atual presidente da República marcou para a primeira quinzena de janeiro uma reunião com os ministros da área econômica para discutir “a ampliação de investimentos no país em 2010” e que entre os assuntos a serem debatidos está uma segunda edição do PAC ou PAC 2.

Ora, se a primeira edição ainda não aconteceu plenamente, como começar uma segunda no último ano do governo ? É de se concluir que essa reunião do lulopetismo não servirá para esclarecer a Nação sobre a estratégia de como e quando fazer acontecer, mas certamente funcionará como briefing para as agências de publicidade do governo federal executarem mais propaganda, que só podem ter caráter enganoso e de aceleração da campanha da candidata do PT.

Nada contra a propaganda, principalmente quando ela é fundamentada em realizações e melhorias de fato. Como disse o senador Arthur Virgílio, no caso do jeito do PT governar o PAC, mais gerência e menos propaganda faria bem ao Brasil.

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Para onde vamos ?

O Governo Lula está festejando o registro de superávit primário recorde, com uma estratégia de divulgação que explicita um desavergonhado auto-elogio pelos seus "esforços de economizar recursos para pagar os juros da dívida pública". Quer parecer competente na gestão econômica do país, mas na verdade quando anuncia sobra de dinheiro em caixa, isso acontece porque é incompetente na execução dos investimentos anunciados Brasil afora nos palanques da candidata do PT a presidência da República. Como prevalecem sempre as primeiras notícias e imagens tuteladas por Lula, o povo ainda não consegue perceber que o PAC é para inglês ver, que os programas sociais consomem parcialmente os recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, que o "minha casa, minha vida" está aquém da grande meta de 1 milhão de casas, que os serviços públicos de saúde e educação se mostram insuficientes na oferta e na qualidade.

Como não consegue governar acumula dinheiro na contabilidade do governo e, por consequência, justifica o seu "esforço" fiscal. Também faz parte da estratégia de marketing do lulopetismo propagandear que o Brasil terá mais isso e aquilo como "nunca antes na história deste país", que o Orçamento da União aprovado nesta semana dará cabo a mais uma parte significativa dos "séculos de atraso herdados" pelo PT e que somente uma continuação desse governo fará justiça social etc.

O mesmo governo Lula que não foi capaz de aproveitar a bonança do cenário internacional em 2005, 2006 e meados de 2007, com certeza vai entrar para a história como o governo da tunga política. Outro dia relembrava os discursos favoráveis aos aposentados e pensionistas, quando estavam na oposição, comparando com o passa-moleque aplicado agora no Congresso Nacional, ajudado pelas centrais sindicais que repetem o discurso da compreensão do Brasil recebido por Lula e aceitam passivamente essa enganação.

De janeiro a novembro, o resultado primário atinge R$ 38,2 bilhões, R$ 4,5 bilhões abaixo da meta reduzida de R$ 42,7 bilhões prevista para 2009. Os lulopetistas justificam que ao longo do ano reduziram essas metas para "aumentar os gastos públicos e estimular a economia, afetada pela crise internacional". Ora, então vem daí a justificativa meramente contábil para a tão baixa execução do PAC ? A manipulação dos números de investimentos em infra-estrutura, que apropria recursos dos Estados e Municípios, pelo andar da carruagem indica que o Brasil pode estar no rumo de se transformar no maior canteiro de obras paradas "nunca antes visto na história deste país".

Então, se o Brasil não "causar" como na propaganda do "país para todos", com certeza sobrará, além de mais recursos para continuar radicalizando no superávit, ataques à oposição, aos tribunais de contas e à "imprensa tucana". Os lulopetistas dizem quem não tem culpa de construir pontes que ligam o nada a lugar nenhum, e isso vai custar caro no futuro. Quem sabe a comparação, que faz parte do desafio-mantra deles, comece entre a competência de governar infra-estrutura do Brasil e de São Paulo… 

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Social-Eleitoral !

O PSDB sempre se saiu melhor governando do que fazendo propaganda dos seus feitos. Essa é uma das principais explicações para a perda da paternidade de programas estruturantes do país, como o Plano Real de Estabilização Econômica, o Avança Brasil e a Rede de Proteção Social, para citar os principais, que segundo estudos divulgados pela pesquisadora Lourdes Sola indicam que essas realizações podem ser facilmente apropriadas pelo lulopetismo porque os tucanos acham que não é importante comunicar. Pior que isso, além da apropriação dessas ações, o PT é useiro e vezeiro em manipular e mentir dados estatísticos, transformando-os em uma verdade absoluta pela massificação da sua propaganda enganosa.

Normalmente debato ideias e projetos de governo, sem qualquer preocupação com as comparações entre os governos FHC e Lula, como pretendem os petistas para considerar que massacrarão com as suas diferenças. Acho que esse momento de luta política dependerá muito mais da forma com que as principais ideias para o Brasil serão transmitidas, enfatizando as suas perspectivas para o futuro a partir de janeiro de 2011, quando um outro governo sucederá o de Lula.

No último programa do PT nas emissoras de rádio e televisão houve o pré-lançamento da ideia de um projeto denominado "Consolidação das Leis Sociais". É evidente que as primeiras informações dessa esperteza estruturam um discurso de campanha, com o pretexto de imitar Getúlio Vargas celebrizado pela iniciativa da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas na década de 30. E em se tratando de comunicação mais eficiente com as pessoas acho excelente a idéia da CLS que, por outro lado e sem razões eleitorais, coincide com uma proposta que sempre defendi para a criação de mecanismos institucionais que regulem mais claramente e proíbam a descontinuidade de políticas públicas bem sucedidas.

Os avanços educacionais no período do governo FHC funcionam como um exemplo dessa natureza, por causa da interrupção ou da deformação de muitas das suas iniciativas pelo governo do PT. Mas fora isso, a CLS apropria a Rede de Proteção Social do PSDB, que originou do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, cuja validade expira em 2010 e ainda não teve uma decisão do atual governo e do Congresso Nacional sobre a sua prorrogação ou para a definição de novas fontes de financiamento de seus programas sociais hoje capitaneados pelo Bolsa Família.

A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) é autora de um Projeto de Emenda Constitucional que institui uma "Lei de Responsabilidade Social" com a finalidade de estabelecer metas macrossociais, de modo a permitir que o país construa uma política de assistência eficaz e determinante nas três esferas de governo, que também não vem sendo considerado seriamente no Congresso.

Vale mais para o PT o impacto da sua propaganda exorbitante, para esconder os antecedentes estruturantes da atual estabilidade econômica, do nauseabundo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento e de todas as vertentes do Bolsa Família. Mas o governo do PT não se cansa de vociferar os resultados de hoje como suas conquistas, tentando aplicar no Parlamento a tática de um divisorde águas que fortaleça para a sociedade a ideia de que somente eles tiveram preocupações sociais.

É preciso dizer que o PT mente desbragadamente quando afirma que a ascensão social foi "insignificante" no governo do PSDB. A proporção de pobres na população brasileira caiu de 42% para 33% entre a primeira metade dos anos 90 e o ano 2000. A de indigentes (pessoas em situação de extrema pobreza) passou de 20% para 14% no mesmo período, como mostra o portal http://pautaemponto.blogspot.com/ que faz referência ao livro "A Era do Real", que traz um balanço das realizações da gestão tucana.

Nos anos Lula, o Brasil continua sendo apenas o 75.o melhor país do mundo para se viver, segundo o ranking de desenvolvimento humano da ONU. De acordo com esse levantamento, o Brasil ainda permanece entre os dez países mais desiguais no mundo. Então, que embalagem o lulopetismo pretende para esse discurso político social-eleitoral ?

Qual a resposta para os 28 milhões de aposentados, dos quais 8 milhões, que ganham mais do que o salário mínimo, insistem em receber reajuste salarial acrescido da proposta governamental de dar ganho real de acordo com a evolução do PIB e relativamente acima da inflação ?

As chances do Brasil ter um governo que corresponda mais ao futuro, diante das perspectivas que estão se abrindo no campo econômico e que poderia levar o seu povo à emancipação social, como menor grau de dependência do Estado, me preocupam. Justamente porque o Estado precisa ser melhor acionado para gerar mais empregos, renda familiar e oportunidades da vida, com educação e saúde de melhor qualidade.

Além de tudo isso é preciso limpar a área da corrupçào, das mazelas administrativas e, sem hipocrisia, pautar o debate da competência e de maior seriedade e honestidade no trato da coisa pública. O social-eleitoral perde força, quando os programas passam a ser avaliados e mostram resultados emancipatórios. Para esse debate comparativo o PT está despreparado.

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Jogo sujo ou política suja ?

Estamos prestes a votar pela sexta vez para eleger um presidente da República do Brasil, desde o início da redemocratização do país em 1985. E há novos tormentos no cenário político para tentar desgastar personagens do jogo, que aumentam os índices de descrédito das pessoas na própria importância da democracia, o melhor regime de governo, indiscutivelmente. A última sexta-feira foi prodigiosa para os jornais e revistas semanais, com um artigo de César Benjamin, na Folha de São Paulo, a denúncia sobre o genro de Lula, na Veja, e o novo mensalão de Brasília, em todas as mídias. Para onde vamos assim ?

Minha primeira reação ao ler o texto de César Benjamin, contendo revelações tardias de um comentário de baixo nível feito por Lula em 1994, de que tentara "subjugar um rapaz militante do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP)" quando estava na prisão, porque não conseguia ficar tanto tempo sem manter relações sexuais, foi de tristeza e uma certa melancolia. Ato contínuo, descrente nessa verdade de Benjamin, por se tratar de um velho companheiro de lutas do próprio Lula, pensei no destino político do atual presidente da República, se tais revelações fossem conhecidas e confirmadas naquela época.

Com todo cuidado político, longe de turbinar o jogo sujo que muitos fazem nessas horas, mas indignado com o que acabara de ler postei comentário no www.twitter.com/raulchristiano com o seguinte teor: "Se o conteúdo do artigo de Cesar Benjamin, ex-petista, publicado hj p/ Folha, for verdadeiro, p/ dignidade Lula deveria renunciar!" No mesmo instante lí frases de efeito desqualificando Cesar Benjamin, a Folha de São Paulo, a "imprensa golpista do pais" e nenhuma resposta oficial de Lula, além da crítica do seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, de que era "ato de um psicopata" e o presidente havia ficado "triste, abatido e sem entender" os motivos do ex-parceiro.

Depois, outros participantes do mesmo encontro de Benjamin e Lula em 1994 minimizaram a gravidade do assunto, atribuindo as expressões ao jeito brincalhão do presidente. Aliás, esse jeito tem sido responsável por muitas gafes presidenciais no Brasil e no Exterior, mas essa história do "menino do MEP" (como passou a circular pela Internet e na repercussão do artigo de Cesar Benjamin) é suja e de mau gosto. Lamento muito pela Folha de São Paulo, que parece tão cuidadosa com os conteúdos de todos os artigos que pública, mesmo de textos opinativos e com a assinatura dos seus responsáveis, servir de palanque para diferenças políticas históricas. O jornal precisa e deve publicar a confirmação ou um contraponto dessa história, como defendeu hoje o seu ombudsman Carlos Eduardo Lins e Silva, o mais breve possível.

Sobre o caso do marido de Lurian, a filha mais velha de Lula, o fato é uma repetição de casos da família presidencial, que teve seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, denunciado antes ao pedir dinheiro a um empresário do ramo de jogos. Certamente haverá um bilhão de spams invadindo nossas caixas de e-mails a partir de agora, porque nesse governo ninguém fica sabendo o resultado das apurações e ressarcimentos públicos. A reincidência desses acontecimentos demonstra o quanto são vulneráveis os familiares, amigos, "mui amigos" e partidários das autoridades de plantão nesse jogo.

E o quê dizer mais além das imagens gravadas, por colaboradores do antigo governador de Brasília, Joaquim Roriz, durante a campanha de 2006, do ato de entrega de maços de dinheiro ao atual governador José Roberto Arruda (DEM)? Na ocasião, pelo que se observa, Durval Barbosa que era presidente da empresa Codeplan, do Distrito Federal, na gestão Roriz, e que até a última sexta-feira era o secretário de Relações Institucionais de Arruda, e foi o responsável pela gravação do ato divulgado agora durante as primeiras movimentações do ex-governador e ex-senador que renunciou para não ser cassado na atual legislatura. Sem falar de um novo mensalão comandado pelo próprio governador do DF, para lhe garantir a governabilidade…

Uma vergonha sem fim no meio político do Brasil, que tende a nivelar todos por baixo, no momento em que são ensaiados os primeiros passos para a sucessão presidencial, governantes estaduais, dois terços do Senado, deputados federais e estaduais. Percebe-se que o jogo sujo está aberto por muitos políticos sem escrúpulos e também por setores que têm interesses frustrados.

A meu ver a política não pode ser considerada uma causa suja, hipócrita e desrespeitosa de regras claras para o jogo, a negociação, a disputa, o entendimento e a lealdade. Acredito que através das boas práticas políticas vamos transformar o Brasil e o Mundo; mas é fundamental tentar limpar de uma vez por todas tantas mazelas, antes de propor novas medidas curativas para todos os males que nos atormentam e nos tornam menos crédulos de que é possível mudar para melhor !

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Educação é tudo !

Dois artigos pontuaram neste final de semana a atenção que a educação brasileira precisa ter como política pública essencial, prioritária dos governos em todos os níveis. Refiro-me ao texto da secretária municipal de educação do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, intitulado “Educando filhos para um mundo melhor”, no Jornal do Brasil, e à análise do ministro da área, Fernando Haddad, com “Educação e Constituição”, na seção de Tendências e Debates da Folha de São Paulo, que discorre sobre o aumento de recursos e de brasileiros que merecem a preocupação do governo, sem uma linha sobre a melhoria da qualidade do ensino. As letras mortas na Constituição de 1988 foram reavivadas por FHC e descontinuadas por Lula, que agora insere mais obrigações sem que tenha realizado o dever de casa.

As duas vertentes refletidas nas opiniões dos dois importantes dirigentes educacionais do país não são antagônicas, mas precisam de uma fusão de esforços para que as mudanças consideradas por eles no setor sejam percebidas e reflitam na condição do aprendizado das gerações do presente e do futuro. Cláudia Costin estrutura a sua reflexão no reforço escolar e nas condições oferecidas ao corpo de professores, para melhorar os níveis de ensino e ter uma população mais preparada para os desafios reservados a um país em desenvolvimento.

O ministro Fernando Haddad insiste nas diferenças entre o projeto de reformas educacionais iniciado pelo governo FHC e as alterações institucionais do governo Lula. Chega a enaltecer a obviedade de que as suas mudanças tiveram o aval da base de sustentação do governo no Congresso, mas não faz qualquer referência à posição do seu partido, o PT, que votou contra a criação do FUNDEF e do sistema de avaliação do ensino superior, apenas porque fazia oposição sistemática ao governo FHC.

Nada mais retrógrado, neste momento, que se ufanar de comparações inócuas, do sistema educacional, enfatizando investimentos e novos recursos projetados, quando o país precisa de políticas públicas mais eficientes para melhorar a qualidade da educação. Esse deve ser o mantra de todo homem público, inclusive para inserir, se não tiver outro jeito, um dispositivo constitucional que proíba a descontinuidade de políticas públicas bem sucedidas nas áreas da educação e da saúde, por exemplo, pela melhoria da qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos.

O maior desafio, decorrente das mudanças estruturais e progressistas do governo FHC, foi o de matricular 97% das crianças de 7 a 14 anos de idade nas escolas. Lula turbinou essa perspectiva para acrescentar as crianças em idade de creche e os adolescentes do ensino médio, no FUNDEB, que substituiu o FUNDEF. Com isso elevou o patamar do desafio para o aprendizado e inclusão de mais brasileiros nas escolas, mas falhou como a própria Cláudia Costin define, no aperfeiçoamento as condicionalidades de programas compensatórios de renda como o Bolsa Família, para sensibilizar os pais pela presença maior na vida dos seus filhos em idade escolar.

Uma Nação sem educação de qualidade sela um destino triste para o seu povo. O legado para mudar esse parâmetro ficará mesmo para o próximo governo.

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O “apagão” de Lula !

O apagão elétrico que deixou sem luz 18 Estados brasileiros na noite desta terça-feira reacende muitas dúvidas e especialistas do setor descartam que tenha sido provocado apenas por problemas naturais. Muitos dos argumentos usados pelo PT durante o governo FHC foram atualizados agora com a demonstração técnica de que um problema natural não seria capaz de provocar um apagão com essa extensão, fragilizando o currículo de ações da ex-ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, mãe do PAC da energia, inclusive. Se os lulopetistas não se cansam de espezinhar o tucanato com o apagão de FHC, como eles se explicam agora, se propagandeiam tanto os investimentos no setor e eles não evitam apagões ? Ou vamos acreditar que estamos vulneráveis a ataques de hackers, conforme pré-anunciou o programa "60 minutos", da emissora norte-americana CBS, ao exibir uma reportagem contando que dois "apagões" no Brasil nos últimos quatro anos teriam sido causados por ataques de hackers ?

No "apagão" de FHC havia condições adversas da natureza, com a falta de chuvas e longas secas, criando dificuldades para a movimentação das hidrelétricas nacionais e binacionais. Essa condição não se repete hoje e o próprio presidente da Itaipu Nacional, Jorge Samek, atestou uma ameaça do gênero passa longe graças aos elevados índices pluviométricos em todo o Brasil. Como todo brasileiro fui surpreendido com esse fato novo. Principalmente porque, duvidando da capacidade do governo Lula em dar a atenção devida ao sistema elétrico brasileiro, por causa dos baixos índices de execução do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, que mais parece um programa de aceleração da campanha eleitoral da candidata desbravada do PT, não percebi alterações naturais no clima em São Paulo. Pelo menos entre São Paulo e Santos.

E esse apagão sob as bençãos do lulopetismo foi longo demais. Resisti o quanto pude e as baterias do meu celular e laptop, tentando saber os motivos de iluminar minha casa com luz de velas. Twitei bastante madrugada adentro, até com humor, diante de opiniões de notívagos virtuais e dos questionamentos do meu filho caçula, que me perguntou sobre o tal apocalipse de 2012… e se a escuridão poderia ser um prenúncio dele (?). Respondi que campanhas antecipadas ocorrem somente por ação e obra do PT, de Lula e Dilma, por exemplo.

Os jornais chegaram atrasado pela manhã. O primeiro a chegar foi a "Folha de São Paulo", com destaque para a "mediação" de Lula sobre o jogo de empurra entre Furnas e Itaipu. No portal do UOL lí que a imprensa paraguaia expunha o evento com a responsabilidade de São Paulo ! Oras, pensei, será que o PT vai partidarizar esse apagão de novo e culpar a oposição ? Curiosamente, durante a madrugada, por coincidência, a maior parte dos Estados afetados eram aqueles governados pela oposição ao PT, inclusive por alguns raros lulopetistas do momento.

Não temos até agora uma resposta fundamentada sobre o assunto. E o senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, está apresentando no Senado requerimentos de convites a Dilma e o Edison Lobão (ministro de Minas e Energia) para falarem sobre a falta de luz no país. Sei bem que depois da luz acesa o tema esvazia na agenda nacional. Mas aguardo o resultado da reunião de emergência de Lula e seus ministros para redigir a versão oficial, que pode resultar numa cadeia nacional de rádio e tv à noite, talvez com Dilma explicando melhor quem é mais patético na história deste país !

O “apagão” de Lula ! Read More »